HINO NACIONAL DOIS
Lá vem mais um
Quem?
Um habitante
do país buraco
Que lhe aconteceu?
Que lhe aconteceu?
Não lhe aconteceu nada
a vida inteira
Aos zero anos
caiu no Buraco
católico
Aos seis anos
caiu no buraco
da escola
Aos vinte e tal no
buraco do trabalho
(depois do buraco da tropa)
Em todo o tempo caiu
no buraco dos media
Agora o que faz?
agora buraca:
buraca no metro
buraca no matrimónio
buraca na política
buraca na literatura
e para onde vai?
Vai pra outro buraco
noutra dimensão
Fazer o quê?
Fazer o quê?
Nada fazer a não ser
fazer buraco
Fazer buraco noutro buraco
2 Comments:
Resta dizer que todos os buracos são vaidosos!
Adorei seu poema.
Obrigado Clotilde,
A vaidade é inflada. Na Comédia Humana actual é sempre divertido vê-la, no próximo Homem-buraco, inchado com a sua auto-importância, aperuado, pavónico, assoprado por dentro - há muito politico, gestor, eclesiástico, filósofo, mago de magia negra, estudante, bloguista - abençoado pela mãozinha da Vanitas.
Volte sempre,
Miguel
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