/* PRIVILÉGIOS DE SÍSIFO 反对 一 切 現代性に対して - 風想像力: DRUMMONDAFORISMOS

PRIVILÉGIOS DE SÍSIFO 反对 一 切 現代性に対して - 風想像力

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2007-07-27

DRUMMONDAFORISMOS


O golficídio é a maneira portuguesa contemporânea de suicidar boas pastagens.

Hoje em dia viaja-se de um parking para outro, sempre entre filas de carros e a isso chama-se progresso e desenvolvimento.

Há gente que mesmo depois de ter atingido a maioridade ainda não conseguiu nascer.

Por mais que a tecnologia e a publicidade nos queiram levar à Lua a verdade é que estaremos sempre diante da terra.

Há tão poucos homens de realmente má vontade como os há de boa. Quase todos ficam-se a meio.

Há um género frequente de homem que é tão esquecido que se esqueceu de morrer.

Muito do que amo está a ser destruído por gente que nunca leu uma linha de Camões, nem faz ideia de quem foi Sen no Ryikiu.

Tenho a convicção profunda de que os subúrbios deviam ser substituídos por ilhas.

Desde o passado que os futuristas estão sempre em guerra com o passado.

Uma democracia admirável seria a que transformasse cada homem num homem nobre e não num homem comum.

O maior inimigo das comunidades é o homem comum, trivializa-as ou destrói-as.

Um homem vulgar torna os seus arredores vulgares.

Eu estou mais interessado em perceber porque é que Portugal falhou, não em porque é que deve ter sucesso.

Quando corrermos com o último polícia aparecerá sempre o último psiquiatra, que renovará a polícia.

Agora que a família tradicional está moribunda temos milhares de primos.

O socialismo em Portugal tornou-se respeitável, devia dar-se-lhe o título de baronesa.

A sociedade moderna tem uma grande falta de gárgulas em pedra, e uma abundância extrema delas em carne e osso.

A cara de uma pessoa famosa por verdade a mais, realidade a mais, tem sempre qualquer coisa de postiço e de expectante.

Uma pessoa famosa teme tanto ser reconhecida como não sê-lo.

As minorias acham normal que as maiorias votem nelas.

As eleições e as derrotas são sempre escandalosas para quem as perde.

O futuro deixou de ser o que era.

Ninguém a não ser um doido vive para o futuro, mas há sempre doidos em número suficiente para nos pôr a ter expectativas sobre o futuro.

O socialismo condena o homem ao futuro.

Os sms não destroem a língua, tornam-na mais ossuda.

O telemóvel substitui a telepatia com evidentes vantagens, mas quem disse que a telepatia era coisa boa?

Por cada pessoa fisicamente perfeita nascem milhões de feiosos.

O narcisismo assassina mais espíritos do que a coca.

Dois tipos de pessoas prosperam durante os períodos de decadência; os moralistas e os businessmen do entertainement.

Os mass media garantem que a estupidez seja uniforme e irmãmente distribuída. Garantem a boa saúde da estupidez.

Uma mulher que trabalha numa fábrica é como um homem que faz crochet.

Imagine-se uma sociedade sem mass media e sem coca-cola.

O automóveis e certos políticos mesmo depois de mortos são perigosos.

Os vegetarianos não escrevem obras primas, porque lhes falta ferro e sangue.

Quando um leão comer miso, e um abutre reclamar iogurte é porque a democracia e a publicidade triunfaram, e o mundo todo se transformou num imenso anúncio.

Há escritores abutre que deliram em refocilar no cadáver ainda quente da nossa sociedade. Mas seria injusto proclamar as virtudes dos escritores gazela. E temerário gabar os escritores borboleta. Por isso o melhor é ir à pesca.

Vi este epitáfio: Nunca Li Luís (Agustina).

As cidades modernas são horríveis porque não são suficientemente cidades. Misto de escritório, de fábrica e campo de concentração sofrem de indefinição sexual, de deriva sexual, como os indecisos, os ambivalentes e os hesitantes.

Em Portugal pensa-se que os moribundos tem sempre razão.

Os franceses julgam sempre que são capazes de desenvolver os outros países.

Eu falo de envolvimento, não me interessa o desenvolvimento.

Um conferencista que não suporte falar para uma sala às moscas, não só não sabe falar as moscas como às pessoas.

Quando as missas eram populares nem por isso Deus existia mais na terra.

Nem o socialismo nem o capitalismo tem sexo mas há mais de um século que se tem reproduzido um à custa do outro.

Em Portugal o socialismo acende duas velas ao capitalismo e uma ao diabo.

Um pouco por todo mundo os maçons tem todos um ar pouco iniciado