Deviam ser tentáculos, antenas, parafuso,
telha de vidro em casa de passe,
portas no fundo do poço,
mas isto são braços, não geografias,
que me trocam as voltas e me penduram
sobre as papoulas
podiam ser rosca e mito, liana, serpente,
vogal e mansarda, mas não,
tem uma grande falta de asa, captam pecado,
isto são braços, não elegias,
que me fazem andar às voltas
dando manivela às pernas
e não se vêem nos brasões
nem no chapéu eterno de coco
que paira sobre o ar condicionado,
não se vêem no ar azul
dos tubos de ensaio, são braços,
não seguidilhas, e enroscam-me no espaço
onde me enleio e me mato e renasço
como Clark Gable, com a boquilha
ao avesso, fumando nenúfares
diante da nuvem feminina
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