/* PRIVILÉGIOS DE SÍSIFO 反对 一 切 現代性に対して - 風想像力: 2006-03

PRIVILÉGIOS DE SÍSIFO 反对 一 切 現代性に対して - 風想像力

LES PRIVILÉGES DE SISYPHE - SISYPHUS'PRIVILEGES - LOS PRIVILÉGIOS DE SÍSIFO - 風想像力 CONTRA CONTRE AGAINST MODERNISM Gegen Modernität CONTRA LA MODERNITÁ E FALSO CAVIARE SAIAM DA AUTOESTRADA FLY WITH WHOMEVER YOU CAN SORTEZ DE LA QUEUE Contra Tudo : De la Musique Avant Toute Chose: le Retour de la Poèsie comme Seule Connaissance ou La Solitude Extréme du Dandy Ibérique - Ensaios de uma Altermodernidade すべてに対して

2006-03-10

O Salazarismo Digital

Com o novo cartão que vem aí, o governo abre mais uma fenda forte na privacidade. Apresentado como medida que aligeira a burocracia (lado rosa), nada foi dito ( lado dark) sobre o incalculável filão sobre as nossas vidas que é oferecido a milhares de outras.
Não só o governo vai aumentar o seu olho investigador sobre cada um de nós, honestos e bandidos mas passaremos ainda mais a ser todos tratados como suspeitos, sob observação.

Se o bilhete de identidade já é um atentado ontológico grave: como se alguém fosse um metro e tal, olhos da cor tal e filho de tal e tal, mais uma impressão digital que faz de cada um, um suspeito, este novo bilhete é um terrorista suicida posto dentro do coração da nossa privacidade.

Pela mão do socialismo operoso, que quer avançar a passos rápidos em todas as direcções, o salazarismo digital avança para os seus amanhãs ideais: A Sociedade do Contrôle Total.

O NIRVANA DOS CAVACOS

Foi bom de ver, a subida da rampa do Palácio de Belém, executada pelo Messias de gravata e Madame Cavaca vestida de azul celeste, num tailleur dos anos oitenta, que podia ter sido usado pela Dama de Ferro, a Margaret Thatcher. O presidente eleito, no seu fato modesto cinzento do poder (Esta Questão do Fato Cinzento Múltiplo, que alberga todo o tipo de govenantes um dia terá que ser melhor esclarecida) parecia uma testemunha de Jeová, com uma felicidade algo narcótica, como se estivesse já no nirvana, num nirvana onírico, vendo-se a si mesmo desde o alto.
Atrás dele, na terapia familiar da ascenção social em conjunto, vinha o filho ou a filha e outro clone semelhante. A seu lado a neta mais velha.
O trio da frente, rebocado pelo presidente consistia na sua Thatcher, com o azul de quem chegou ao Olimpo, o presidente himself, com o seu fato de operário cinzento, e a netinha. Com o ar embaraçado e desajustado que os portugueses tem quando estão contentes, vinham contentes e embaraçados alguns militares, com galões. E mais o resto da procissão, que se adivinhava igualmente obsequiosa e contentinha, mas que o operador de câmara da RTP 1 achou por bem ignorar. É pena.
Mas o operador está de parabéns em relação ao protagonista principal do filme. Executava, a passo lento, A Subida da Rampa de Belém. E à pata, diga-se. O operador fixou para a história, talvez sem o saber, sobretudo para a história que foca o triunfo da pequena-burguesia, um documento precioso. O plano geral que deu da rampa, o seu comprimento, as pedras de basalto do chão, o enquadramento do grupo divino, foram excelentes .
E o que vimos? Com paragens frequentes, acenos desvanecidos, um sorriso permanente, em plano fixo (os assessores a soprar nas orelhas, sorria sempre, Excelência, mesmo que tenha caimbras depois... )Sua Excelência subiu. E note-se, sem subir à novo-rico num topo de gama de vidros fumados, num estralhadaço de motas da GNR de cada lado. Cerimónia simples, operária, familiar, estereotipada, embaraçada e muito popular.
Lá em cima no Palácio esperavam o novo presidente coortes de empregados do palácio de Belém. São centenas e centenas deles. Que surpresa, o ror de gente que aquilo tem! Deve haver um empregado e meio por cada sardinheira, para as espanar. A verdade é que aquela massa de empregados via-se logo, são os verdadeiros senhores dos Palácio. Os presidentes vão e vem, eles ficam. E estas centenas de empregados estavam ali não para cum palmae et laude coro0ar o presidente, mas para ver como era o novo empregado de topo, o novo ocupante do cadeirão presidencial.
Não vimos o cadeirão, nem o momento mais nirvânico de todos, aquele em que o novo presidente assentou o seu traseiro no cadeirão, com um sorriso jubiloso, desfrutando mil pensamentos amorosos sobre si mesmo e o seu triunfo. Terá também a netinha sentado o seu mimoso traseiro no cadeirão e Madame Thatcher experimentado as molas do cadeirão com um suspiro?

Nunca o saberemos. O operador de câmara não o poude seguir. E assim se fechou o postal televisivo. Para pendurar em casa, ton sur ton, ao lado do azulejo.

2006-03-09

ECONOMICUS REX, une valse à 4 temps

Amanhã César cavaco substitui César sampaio o hamlet sexagenário apagado-a-borracha. César Bush-Pai vem dar a benção à tomada de posse.

Anunciou-se hoje o novo BI global que inclui a carta de condução, o número de contribuinte, e mais não sei quê. Antes que nos ponham chips de identificação. Concentração da informação para uma sociedade em marcha para o concentracionário.

Entretanto, ontem a Câmara dos Lordes recusou a obrigatoriedade do uso do BI pelos ingleses. Curioso que sejam os Lordes a defender as liberdades, a limitar o contole manipulativo do Estado.

César cavaco Rex economicus vai pôr o país a seguir a sua narrativa económica, a sua visão economicista. Não só será abençoado pelo réptil Bush-pai como pelo "Princeps" de Espanha. Os representantes dos 2 Poderes a que estaremos sujeitos.

2006-03-07

LA FOLIE

Hoje com o seu grande manto de estrelas altas
as rãs chamam a chuva com insistência
a minha grannie escocesa, uma fairie, de pé
dentro de uma nuvem, passa e
com a precisão de um verso de Cesário
leva as fontes até ao início das asas

e o rio da linguagem leva-me até LA FOLIE
com o seu olhar de gelo na fronte

e agora onde, onde estão os imortais neste silêncio que a tudo responde?
longe, longe em fuga da poesia, pelas veredas escassas e abruptas
onde só há ninguém no grito rápido da linguagem

NAGCHAMPA AGARBATHI

Hoje faltou-me fazer qualquer coisa de fácil,
pescar um peixe com um lápis, abrir os lábios
atrás do espelho, flutuar dentro do teu nevoeiro
até que tu voltes a florir em mim

hoje talvez tenha visto um cisne decapitado,
ou um hexagrama roto e falido : no tanque entre
pétalas da luz de Li Po e a luz de Amedeo
mas sem dúvida faltou-me uma coisa

fácil, um risco de unha na curva do mar,
uma leve perfídia, e outra vez nós os dois a cairmos
aos gritos sobre um colchão que perdemos
numa noite da Irlanda, junto do Coole Lake

sei que faltou essa coisa fácil, diz-mo a luz
que não há do luar

Le grand Raffinement

Perder o texto mais genial deste blog à luz do luar

2006-03-04

ORÁCULOS , ESCRITORES, AFORISMOS

Um escritor é alguém que sabe interpretar um oráculo, e não lhe toma o lugar.

Um aforismo é uma verdade com mais sorte .

2006-03-02

Assimetrias

Devem ter sido medíocres em geometria. Tem da harmonia e do equilíbrio noções básicas. As cabeçorras políticas empregam a torto e a direito as palavra "assimetrias" acoplada ao verbo corrigir. Na redacção política trivial os cabeçorras não se cansam, de norte a sul, de afirmar convictamente que é preciso "corrigir as assimetrias".
Este conceito (pífio e mais do que discutível) foi erigido num dos principais mandamentos da religião republicana. Tem subjacente uma conotação democrática, as assimetrias são más porque não fomentam a igualdade de circunstâncias. Daí se infere que todos devemos ser iguais, ou seja, simétricos.
No entanto, não há um só bom pintor e mesmo um bom designer de interiores que não considere a simetria com horror, pela simples razão que a simetria é estática e a assimetria dinâmica. Porém, as cabeçorras que querem igualizar o país de norte a sul pensam num modelo único. Tem uma só fórmula e uma só chave na cabeçorra: tudo igual para todos.
Isto não é democrático, é democratóide.
Considere-se a beleza das assimetrias , porque razão o interior tem que ser simétrico, igual ao litoral. E não se tornou o litoral horrível, uma área destruída por empreiteiros crassos, indigna e feíssima?
A expressão assimetrias é usada pelos agentes dos empreiteiros, os cabeçorras.

ESCOLA TOTAL

O eng. Sócrates, entre sorrisos, acaba de anunciar numa escola em Alvalade que no futuro, para bem dos vindouros, a escola terá inglês (a língua imperial) e só fechará às 5.30 da tarde! A isto chamou o eng. a Escola Total.
Assim se preparam as legiões do Insecto Colectivo. Cidadãos desde pequeninos submetidos ao horário laboral típico das Nove às Cinco e à língua (dominante) da tecnologia dominante.
Cada vez mais os estudantes serão retirados da alçada familiar e colocados sob as asas de abutre do Ur-Stat socialista, que precisa de bons autómatos, submissos a horários laborais, e sem a Escola de Liberdade que é a Escola da Rua ou do Bosque.
Fecha-se assim mais um elo do futuro Estado Prisional Socialista. Desde pequenos submetidos às mãos educadoras do Estado, não há dúvida que se inaugurou o ciclo da bem chamada Escola Total e melhor chamada ainda Escola Totalitária.

2006-03-01

Reinstalando Platão numa curva de Tim Tim

Na nossa língua e atitude pouco resta daquele grego que fazia falar Sócrates, e criou o diálogo inteligente e aberto a nova questionação. Para fazer uma re-actualização desse grego tem que se procurar vestígios da sua presença no imenso monólito fragmentado de línguas que é a cultura moderna. Tome-se o "amor platónico". Era suposto não intervir a carne, apenas o espírito - o que poderia tornar o arquipélago das tentações maior e mais complexo. O amor platónico ou filosófico unia os espíritos ou fazia com que eles pelo diálogo tendessem para a união. No entanto, não estou seguro que fosse uma matriz de um dos tipos de amor divino, como acontece nos primeiros cristãos, defensores da castidade. Porque o amor filosófico não excluía a carne como sendo apenas um mero território de horrores e como flecha segura de descida, antes pelo contrário tornava-a participativa nas aventuras do desejo como "cosa mentale" e assim abria a porta a toda a imaginação sustentada pelo desejo.