/* PRIVILÉGIOS DE SÍSIFO 反对 一 切 現代性に対して - 風想像力: 2008-04

PRIVILÉGIOS DE SÍSIFO 反对 一 切 現代性に対して - 風想像力

LES PRIVILÉGES DE SISYPHE - SISYPHUS'PRIVILEGES - LOS PRIVILÉGIOS DE SÍSIFO - 風想像力 CONTRA CONTRE AGAINST MODERNISM Gegen Modernität CONTRA LA MODERNITÁ E FALSO CAVIARE SAIAM DA AUTOESTRADA FLY WITH WHOMEVER YOU CAN SORTEZ DE LA QUEUE Contra Tudo : De la Musique Avant Toute Chose: le Retour de la Poèsie comme Seule Connaissance ou La Solitude Extréme du Dandy Ibérique - Ensaios de uma Altermodernidade すべてに対して

2008-04-25

BALADA DA SOCIEDADE DE PIRATAS VIVOS


um dia estava eu a lavar a noite
ouvi um sussuro de asas fortes
e assim soube que
tinha começado o mundo

apliquei o ouvido ao Muro altíssimo
que separava a luz da noite
da do dia
e percebi que teria ziliões de olhos
para mesmo assim nunca nada ter visto

então o Vazio invadiu-me
e fui todas as estrelas no sangue
mas o que eu mais gostei foi de ouvir
as canções de piratas
quando o barco volta
o mastro tombado
mas de bandeira alta, rasgada e orgulhosa

25 DE ABRIL DESIDRATADO


....................Lisboa
Nunca

.................Teve um Santo

................................chamado

......................Vulcónio

Cada

Lis

Bo

Eta

é

Uma

Paródia

De

Um

Cosmopolita

COMEÇO DA CLARA NOITE


claro que Portugal é um guardanapo,




a lua em Lisboa vem da Ásia

CONTOS DO INFERNAL QUOTIDIANO


Naquela rua o homem do talho andava a esborrachar crianças com historietas de Abril. A umas punha-lhes um foguete no cu, e mandava-as pela colina abaixo. A outras chupava-lhes a massa encefálica depois de lhes ter feito no crânio um buraco primoroso com o black and decker. Apanhava umas que vinham da escola a cheirar a bedum e a eucalipto e agarrava-as pelas pernas e com elas sovava as árvores que aquele ano naquela rua não tinham dado frutos. Claro que as cabeças ficavam esborrachadas contra os troncos, e corria medula e nervo pelo chão.
Tudo perfeitamente normal. Os velhos bocejavam. As gordas tiravam macacos do nariz. A polícia apalpava em pensamento as pernas de uma moça pálida, que tossia. Dos últimos andares chegavam sons de televisões-
Mas então apareceu um homem baixote, com um olho feio, debarrundando pra baixo. Dava uns arrotos surpreendentes que se transformavam num mau cheiro fétido que fazia tombar os pássaros. Mas ninguém reparou nele. Até que ele trepou num banco e atirou um telemóvel último modelo para o chão. Houve um burburinho horrível, clamores, gritos de condenados. Mas ele com o seu olho feio e frio estava calmo. Começou a contar até três em inglês só para variar. E caiu com todo o peso por cima do telemóvel, que se espatifou em todas as direcções, com as pilhas esmagadas, a lingueta quebrada, o vidro partido em mil pedaços. Aí toda a rua o rodeou e prometeram-lhe um enforcamento de primeira, porque isso que ele fazia era horrível, garantiam, e faziam correr um papel que dizia
Inadmissível !
Ah? é um enforcamento de primeira? disse ele com uma voz espantosamente feia, que lembrava chiclete pisada por virgens velhas. Sim naquela árvore, disseram-lhe. Ele deu um arroto pésimo que atirou todos ao chão. E depois passou a tarde aos pinotes por cima de todos eles, até se fartar. Depois desapareceu. A pouco e pouco as pessoas começaram a levantar-se mas a todas faltava qualquer coisa. A um faltava um buraco no nariz. A outros a parte de baixo da orelhas. A outros a sombra da mão direita.
Mas ninguém deu por nada. O homem do talho quando agarrou nas duas pernas de uma criança para dar um bordoada numa árvore estéril viu que a criança só tinha uma perna. Chorou pavorosamente.
Enganaram-me! Engnaram-me! disse. E uma gorda que passou para o consolar escarrou-lhe na cara.

SPLEEN AGAIN


os caváquicos anos são tão irreais
um fio eléctrico de eucalipto a eucalipto
morte.dos.heróis agonia das cidades
fim do rio
(filetes poucos)
sms e chats e a porcaria da net

de um cipreste abolido
eu falaria longamente depois
de apagar
uma certa sílaba

2008-04-24

O CARDEAL DESAMESTRADO


CENA LITERÁRIA:

Portugal tem dois ou três macacos amestrados por prémios literários que escrevem À velocidade do chouriço-spleen ou do chouriço-lógica formal. Uma senhora Gorda en geral vestida de cortina passa por entre as apressadas luzes de neón da Fama, chama-se Agustina e paira com alguma graça por entre os santos evadidos do tomismo e as ruas com cheiro a caixote do Porto. mas a quem interessa o grande personagem Monádico? Não cheira dEUs as coisas com dois narizes: o da eternidade e o da pós-eternidade, esta sim, bem mais divertida, com deslizes de identidade, fendas na heteronímia, a prosa paródica de si, mimo epistemológico - finalmente o hematoma há tanto esperado: Nietzche a perder o lacinho ao Pessoa?

os escritores que rrramédium falam como um prémio. dever de cara-séria em vez do devir de mil máscaras tungsténio e cariátide no medusóide sinuoso fluxívoro. Proposta inonesta em vez de dar um prémio ao escritor dar um escritor ao prémio. Talvez k. Talvez k . Ou melhor dar muitos escritores ao premio. O prémio: dah! blepppp. Eu não snarfo isto nem à bomba. Mas tem um mastiganeurónio incoporado e allé allé allé toca a a fazer mastigado de escritarrador premiado. O Senhor Prémio, obra prima, do Eme Tavares. Como me Safei de Ganhar o Prémio (biografia mimosa do meu mau pêlo público) Obra prima do Éme Tavares.

Ou què? Está tudo esquecido que eu sou o Príncipe da Eur
opa?

OFEGAR O POEMAANDANTE


Lisboa: local de nascimento de todos os Brahms
poema feiote da Adília
sacramento do Silva Tavares
Lisboa tem pinote e tem catita
veste o inconsciente de cimento agora , dah e buh!
cheira a intestino industrial : fumo, peido dos carros,
passeio em Lisboa como dentro de um soneto escrito por um ardina
e chego à Madame Aflita: A Baixa, entupida pelo Bispo Sardinha
mas lá iremos ao Cais das Colunas
cada homem tem pernas de rei menos o rei
em Lisboa cidade suicidada de presidentes
há sempre um chui moral presidente
mas a revolução da cerveja junta o rio a Delfos
sim mitos matematicamente certos
oráculos racionais
cada mulher lisboeta é uma pitonisa
vai à missa das marés ainda
tudo é irreal
e o irrealista passa cheio de realidade
je proméne os meus touros antigos com muita pinta
descabelando semáforos
cada anúncio luminoso tem dois sexófilos nas extemidades
para o linguado que passa de perfil
Lisboa cidade das lésbicas-azulejo
e dos marinheiros-cesarinys cerzidos às caricas
no Rossio junto sartres à Madragoa (que verso!)
e espeto um manjeirco no hemicrânio quadrado do Egas Moniz
Hemicrânio! Homeostasia das colinas...
com verdes prados abolidos
onde a nenhuma vaca do dia pasta
de língua pesada e nietzcheana
dizendo as blasfémias novas que Deus adora
enquanto Alzira a lambuda vai à missa dos ateístas
ali ao Carmo, perto da Júlia, nas catacumbas
do haxe barato
e tu petite fazes o novo perfil do manguito com muito estilo
cravo na ponta, navalha na sílaba,
belezinha de Garcia Lorca em manuelino
adelante! passemos pelas monstras da baixa
há cada Gorda! Cada Cu Fenomenal como dizia o Mário Menezes
dos Menezes dos bons, com rubí e ouro
e apesar dos irmãos maristas passa.se bem pela Rua da Prata
anelada de lamelibrânquios e fogachos de rio
e um ainda cheio a entreperna de varina, com a canastra
fintada à Almada negreiros-chalupa-de-monóculo-aresta
tem muitos sóis o modernismo!
a varanda do elevador da Graça despeja ciclos temporais
mais vastos do que o Hindustão e a tua Lisboa de pileca
dá tom ao meu quark sentimental, de poeta piroso
a cair de um quatro andar com cinco tiros
na têmpora gasta pela mávida e mausbares e másmeninas
de carteira ávida, com prédios no barreiro, comprados a golpes
de rins nos desvãos desvanecidos de tanta escada e beco e vale ausentado
e que mais: mantenha a perna moderna, emperne,
ou isto é só andar com o coiro pregado no carro
a escupir carrises falidas e lentas
na cidade dos neurónios mais rápidos do mundo
onde se toca o melhor boogie-woogie do planeta?
suicidem mais tarde o Kandinski
deitem pela reboleta os heterónimos de lacinho que vão em pelota
(olha: uma rima acrónima)
atrasem-me o arco-íris ao Mário de Saa-Carneiro
e depois bebam o tejo numa carica de ouro
provando cada gota de ouro - alquimia - ourado
pelo olhar dos poetas falidos e magros
com um tesouri de tosse e de vidência
no hemicranânio, sempre ele, o sinbadita, o baldoque, o anti-monóculo
e por favor tire a mão do meu telescópio cranioscópico
que eu sou o pastor de estrelas anómalas
arreda daí o teu rebanho de nuvens, ó Campos!
que chegou a via rápida ao Quelhas e à Estrela
- à única, a que está no centro da testa a irradiar urânio
como um dia sem fim do metro luminoso, do único e último senhor
da Matéria, o metro, nunca bem amaldiçoado nunca suficientemente maldito
com a sua Tiara de Electricidade e ar antigo roubado às morsas

PERINDE AC CADAVER


"Se quer saber tudo sobre a vida de Saramago..." são estas as palavras falaciosas do noticiário da SIC a propósito da exposição sobre a obra de Saramago (como se uma exposição soubesse tudo!) a encorajar as pessoas a ir ao Palácio da Ajuda. Depois uma peça mostra um Saramago consumido, esmaecido, com a cara magríssima, encovada, amarela, pré-terminal, com ar já de cadáver, a ser saudado pelos top do governo e os ex como o eterno Mário Soares.

Nada de novo, perinde ac cadaver, quando Mário Cesariny já estava com um pé na cova decidiram homenageá-lo dando-lhe uma dessas comendas de latão que abundam no Estado. Agora com Saramago também já de pé na cova, vá de homenageá-lo.
Seria melhor dizer homenagágáajeá-lo, já que o pobre funciona menos que a meio gás, e só por milagre da medicina se mantem de pé.

Mas é assim a tradição dos governos lusos, não só deste. Escritor com pé na tumba é comendado, homenageado, condecorado, apontado à juventude como exemplo e orgulho do país. Tudo nos conformes seminecrófilos e gerontófilos da praxe. Pensa-se no que Roman Polanski faria com estas imagens. Imuno-resistente à mordedura do vampiro, ou morto-vivo já mordido, conservado em formol, o ilustre vate pronuncia palavras trémulas de agradecimento aos ministros reunidos. à roda dele com muito make -up damas de gordura média dão-lhe mordidas no rosto descarnado. A voz (do vate) parece saida de milhares de tumbas ao mesmo tempo, é a voz da respeitabilidade literária.

Fellini, seu morto infinito! o que você faria com este neo-realista imuno-resistente à mordeura do vampiro-Estado? Imagino umas freiras neo-realistas, de pêlo farto na coxa, de meio buço, que entrassem de scooter pela exposição do Saramago. Que fazem aqui irmãs? (Ruído de scooters.) Uma delas, de faca na liga, orgulhosa diz: viemos roubar o cachimbo do Saramico.

Pois ele lá está (uh cachimbo, pachambas!), ao lado da máquina, em cima da secretária, adiante da cadeira de coiro do escriba. Precioso cliché. Adorável recordação. E a freira diz " e ainda há um palerma dum artista alemão ou austríaco ou de um desses países irresolvidos do Norte (ena! que freira) que quer fazer um happening a filmar pessoas a morrer. (pausa. Reza-se o Terceiro mistério do terço. Mas sai fuligem dos ecrãs dos computadores. Um palhaço traz muletas equilibradas no nariz.)
Cena: int. noite.
A freira está em cima da secretária do Saramago. Grita: Porra, carago, cardungas! Portugal é moderno. Portugal adiantou-se. Já aqui se filmam pessoas a morrer ao vivo e na TVI!

2008-04-23

IMITATIO DE CAMOENS : O DESORDEIRO DA TUSA


Não estão mesmo nada na moda, ninguém mos pediu, não tem destinatário/a certo/a. O mais provável é que blognaufragarão no mar de invidências, neste infantário imenso do novo verbo que é a internet. Mesmo sabendo que me falta precisamente saber, engenho e arte gosto de fingir que sei escrever sonetos. Também gosto de desviar sonetos antigos. De impersonate Camoens a escrever em teclado qwerty (e a esquecer-se ou deliberadamente a errar a métrica. pois há um gosto fino em fazer erro calculado). E também gosto de ter o meu quarto de hora de palestiniano muito pós petrarquista e atirar-me com um cinto carregado de sílabas para dentro da forma do soneto antigo.

Como gostava de tomar um copo com Chaucer! Como gostava de enfrentar em duelo Luís Vaz. Eu perderia infinitamente, está bem de ver. Mas que cinco minutos seriam! Ou menos, porque embora ele sendo zarolho eu sou míope, daqueles à Borges: míope na alma e no sentimento. E claro se algum infimo, mísero e apagado mérito neste soneto O Desordeiro da Tusa existe, todo ele é de Luís Vaz, esse enorme poeta que não cabe na língua portuguesa, e por isso é ciclicamente expulso sem "saber, engenho e arte" por pacóvios como o professor Carlos Reis, preboste de Coimbra, um chato, o empreiteiro da língua portuguesa que nos quer pôr a dizer correto em vez de correcto e a quem aproveito para lhe dizer: aprenda a foder primeiro, antes de o fazer à língua, seu mingalha.

Como estava a ouvir Zeca Afonso : o que é preciso é animar a malta, a palavra "a malta", vil, plebeia, tosca encerra com chave de barro e lama o soneto. A poesia sabe sempre o que está mais ausente. Amarrado no galho mais alto, apesar de tudo Assurancétourix é um pára-raios. Ora que se lixem muito bem lixadas as vossas autoestradas! Tudo o que não leve ao soneto é pura perda de tempo. Dixit, je, ich, moi, scion Drummonde gentes, e dos Castros fortes, gente em pelota devido aos tempos. Por isso se encontrarem alguem nu na rua, de verga direita, sou eu. Nada de confusões. Fiquem com as vossas ferreiras leites.


O DESORDEIRO DA TUSA


Soldado raso do soneto quinhentos anos

mais tarde escreverei sobre o desejo

de um modo tão incerto e doce quanto

o meu peito vidente o vê e eu não vejo


Farei que uma bela tusa a todos aumente,

Descarada, mostrando o lugar amarrotado

da cama em que os suspiros e a semente

Em covas e montes foram o mesmo lado


E de vós minha companheira de Lua alta

falarei de modo tão doce, selvagem e velado

que o próprio Eros tocando flauta


Para musicar vossa gruta e rosa em falta

cante o nosso voo por fim desamansado:

sílaba, sonho e imagem que entese a malta



e segue-se o ímpar e genial (para desanuviar do anterior) original de Luiz Vaz de Camoens. Camoens, claro. Metam o "ões" no cu!



Eu cantarei de amor tão docemente,
Por uns têrmos em si tão concertados,
Que dois mil acidentes namorados
Faça sentir ao peito que não sente.

Farei que amor a todos avivente,
Pintando mil segredos delicados,
Brandas iras, suspiros magoados,
Temerosa ousadia e pena ausente.

Também, Senhora, do desprêzo honesto
De vossa vista branda e rigorosa,
Contentar-me-ei dizendo a menor parte.

Porém, para cantar de vosso gesto
A composição alta e milagrosa,
Aqui falta saber, engenho e arte.



IMITATIO SOBRE UM VERSO DE HORÁCIO

quando chega todo o azul obscuro de que preciso
imito um cipreste

2008-04-22

AS PONTES DE LISBOA

avança avança
põe mais uma ponte
para eu te ver
todas as pontes
são poucas
avança avança
risca o rio
delira a maré
que barcas vem?
com ou sem azulejo
risca risca
avança essa ponte
leva-me em sete tabuleiros
aos teus lábios de sereia
avança avança
troca as marés ao dia
inverte as ondas do rio
naufraga na Trafaria
enche-me de saltos de peixe
para te ver
todas as pontes são poucas
não temos colchão
caiamos caiamos
no mar da Palha
naufraguemos
num naufrágio esquisito
numa ponte bêbeda
numa noite escura
e amena como o claro
do rio
e risca risca
a linha do ventre
que eu venho a todo o gás
por sete tabuleiros
só para te ver
por dentro

2008-04-17

Marshal McLuhan

http://www.ctheory.net/articles.aspx?id=70

2008-04-16

Tibete

Eyewitness: Tibet in “Riot”

Courtesy: BBC With tension rising in Tibet following a series of anti-China protests, the BBC spoke to an eyewitness who saw police on Wednesday beating monks at one of three monasteries which have been sealed. He wishes to be identified only as John. We knew something was happening because there were more road checks as we got into Lhasa. Cars were being stopped and police were writing the licence plates down. We tried to stop at a shrine outside Lhasa but were told to keep moving. Then we heard around Wednesday lunchtime that Drepung monastery was closed. We didn’t know why. That afternoon we went to Sera monastery to see the debating. It’s famous - the monks debate points of philosophy and people come to see it. Just when it was about to start, around three o’clock, we started to hear rounds of applause coming out of a courtyard in the heart of the temple. They were grabbing monks, kicking and beating them We thought the debate was starting but then suddenly the clapping reached a crescendo - kind of a hooting. Then the gate of the debating compound opened and this stream of maroon humanity poured out, several hundred monks. It was impossible to count but I think there were at least 300. We thought it was part of the tradition but when you looked at the expression on their faces, it was a very serious business. They were pumping their hands in the air as they ran out of the temple. Plain-clothes police The minute that happened we saw the police - two or three who were inside the compound - suddenly speaking into their radios. They started going after the monks, and plain-clothes police - I don’t know this for sure but that’s what I think they were - started to emerged from nowhere. There were four or five in uniform but another 10 or 15 in regular clothing. They were grabbing monks, kicking and beating them. If we had gone to Sera monastery an hour earlier or an hour later, no-one would have known what these monks had done One monk was kicked in the stomach right in front of us and then beaten on the ground. The monks were not attacking the soldiers, there was no melee. They were heading out in a stream, it was a very clear path, and the police were attacking them at the sides. It was gratuitous violence. The Tibetan lay-people started rushing to get out of the temple. Tibetan grandmothers were grabbing young kids and getting them out. We were left behind when the monks left the temple. About 20 minutes later we felt as if we could leave. Riot police Outside the monastery the road curved to the left and to the right. We were directed left - but when we looked to the right there was a line of riot police with batons and helmets blocking off the street. The monks were sitting in neat rows on the ground, surrounded by a phalanx of police. It was a very clear show of force - there were maybe as many as 300 riot police and regular police there. It could have been civil disobedience, but it looked like the monks had been put there. They weren’t moving. As we turned left, we saw troop carriers with camouflaged army regulars arriving - those green trucks with soldiers in the back on benches. We saw guns, large guns that looked like automatic weapons. There were two or three of those trucks as well as others - several units of public order personnel swarming the situation. As we left, all the roads around the monastery were blocked by police. There was no access. At the time, all the phones were dead - we were trying to call the hotel but none of the cell phones were working. But within an hour the phone service was back on. It seemed as if within half an hour the thing had been totally brought under control. Back in Lhasa, it was eerily normal. There were police around but not really a muscular presence. It seemed to have been a massive localised show of force. We realised that if we had gone to Sera monastery an hour earlier or an hour later, no-one would have known what these monks had done.

2008-04-13

49º ANIVERSÁRIO DO GATO DE JEAN COCTEAU




como (não) fazer uma caricatura do f.pessoa


Esquecer o bigode azul, o monóculo da Ordem de Ramatté, o laçinho a vapor
Sublinhar a anca esquerda exagerada, a bossa no pescoço correspondente ao 5º chakra
Apagar a coluna vértebral composta por 33 heterónimos, e a indicação hepática sub-lunar
Acentuar uma ponte rodo-ferroviária entre a aurícula esquerda e a direita e uma ponte suspensa entre os dois ventrículos
Não manter o chapéu cónico nem o comprado nas Escadinhas do Duque
Esconder raivosamente com tinta permanente o Anúncio aos Cabides Dias & Afonso
Dar um picotado estilo art nouveau na emergência da Tiara de Presidente-Rei por altura da moleirinha craniana
emendar o Cais das Colunas na botoeira: omvexo (assim mesmo, por indicação do serviço de acolhimento da gralha) em vez de côncavo, com um submarino pedestre em vez de uma Nau Inclinada
Ensinar a caricatura a morder nas T-shirts onde o queiram colocar


Caricatura do Álvaro de Campos feita por Almada Negreiros


2008-04-12

DADA EST CHINOIS

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DADA EST CHINOIS
MAIS DADA N'EST PAS JAUNE

FAITES VOS JEUX OLO PYQUES
PIQUEZ VOZ JEUX À DADA

ENVAHISSEZ DADA
IL EST MORT
IL SE PORTE BIEN

C'EST PAS VOTRE GOUVERNMENT
C'EST LA FAUTE À DA
DA

VOUS POUVEZ VIVRE SANS VIE
PAS SANS DADA

QUI DIT LA VERITÉ?
C'EST PAS DADA

QUI A ENVAHI LA CHINE?
C'EST DADA C'EST PAS DADA

2008-04-09

REBIOGRAFANDO-ME


Sou um pássaro esquisito, ardo na Lua
sou um homem esquisito, haxixino e mendigo
tenho um punhal de sessenta rotações por minuto
sou um soneto esquisito, perco-me em cada rua
e desfaleço quando mais sentido encontro
para o que digo

um grito negro serve-me de sombra
uma flor do mal indica-me a estatura
sou um anão nos teus jogos de cocotte
um gigante quando me revolvo com a terra e a lama
e posso tanto deitar pólen como veneno
pela boca convulsa como uma labareda

mas amo-te como os polvos e as grandes baleias assassinas
sou a garra de urso branco nas goelas em sangue do Dia

sou a Distância e só Amo o que é Mítico

A POESIA, SÓ A POESIA, NADA MAIS DO QUE A POESIA ANTES DE TODAS AS COISAS



A poesia é o último refúgio da linguagem hermética, a que não explica, mas propõe a transcendência. Não precisa de inimigos, nem de amigos. Basta-se na Distância e na Intimidade. Os seus dias são de um tempo maior e vão para um tempo maior, e por isso tem toda a semelhança com a linguagem das sibilas, feita de hiatos de sentido, velada entre o fragor das cascatas e o pólen.
A maior glória não precisa de cidades e de mundo, vive nas coisas mais humildes. Depois dos palácios enterrados nos desertos e dos ciclos dos tempos, talvez uns poucos encontrem uma reticente voz em asa. Contorna a essência mais íntima, num afago de antes da vinha, porque está embriagada de algo mais poderoso do que os vinhos raros, os da sílaba, da paixão e da intransigente liberdade do sentido.
Carne para o sentido, espírito para os ossos, a linguagem hermética fala de forma oblíqua ao tempo, com as palavras enevoadas e claras de quem sabe voltar de novo aos labirintos.
É evidentemente a única e sempre última linguagem aristocrática e da unica nobreza que até hoje existiu na terra, a dos poetas reis sagrados pelos demónios e pelos anjos.
São eles os conquistadores dos três mundos, o do corpo, o do espirito e o da fala. Por isso todo o dourado da sua aura vive nas palavras que dizem. Passa, pois, cavaleiro por aqui, e não te vires nunca para trás porque estás a ouvir a montanha alta e o fundo dos mares. Nós no arco de cada silêncio conquistado damos asas como entendemos e abrimos o vento aos grandes fastígios da linguagem de todos os inícios

DA ALTÍSSIMA ILHA (envoi)


Crespuscular, docemente esvaída como um desmaio antigo
pedes-me uma ilha quase no eclipse do sentido
onde os dias, como tiaras gastas ou lençóis novos,
se amarram às faldas do monte batidas pela ventania

por isso velo o tropel de cabras, e o homem da flauta em bisel,
surpreendentemente recente, tendo em conta os seus pés de casco bífido,
esconde-se entre a desordem da esteva e do rosmaninho
e nós, de outros frémitos, no entanto nada hostis a ele,

lhe assinalamos as pétalas, desta vez sem vício, onde refulgem
as canções de piratas mais bêbedas e necessárias, num tempo
de gente nas pontas dos pés do receio lusitano

que seja vasta a respiração das conchas! que se ouça o revolutear
das fontes antes de atirar a alma à tempestade! A nossa ilha
tecida na paciência dos segredos e dos mitos guarda o esplendor obscuro

dos Distantes

2008-04-08

MON PROBLÈME AVEC LE SPORTING


Já me convenci às claras que a actual equipe do Sporting (que é o meu team) é
bipolar soft. Passa um dos tempos a dormir, depois solta um fiozinho de serotonina, o Liedson rejuvenesce cinco anos, acontecem então, evento anómalo, dois minutos de futebol no paraíso, depois a serotonina e os seu antagonistas, a adrenalina e a nor-adrenalina esgotam-se. Vêem-se pedaços do sistema límbico e cápsula surparrenal pelo relvado. Mas o ar angustiado de homem do povo promovido a centurião romano do Paulo Bento é para durar sempre, é a constante de Planck do Sporting. Com efeito, o homem sofre, está linkado a cada jogador e à gravata verde. A gravata faz-lhe mal,incomoda-o e ele puxa-a, aperta-a, afasta-a, põm-na de lado, recompõem-na. O jogo entre a tiróide e a maçã de Adão contra as suas próprias mãos e instâncias de Superego do Paulo Bento é o mais dramático de todo o jogo. Entretanto, os advérbios de modo acumulam-se na sua garganta. Fatal, não tarda nada no flash interviu dirá "logicamente".
Mais uma vez falhámos.

Os penaltis que o Sporting marca e falha com abundância singular são puro exercício de masoquismo público. Tenho algumas teorias não conspiratórias sobre isso como : a) estão num
practical joke contínuo. Ou seja combinaram tudo no balneário, o dadaísta do team disse vamos fazer humor negro nestes jogos onde não há nada. Ou seja, vamos falhar. E não à tio neo realista, nem à cabana do Pai Tomás, vamos falhar espectacularmente. Assim seremos recordados. Não havendo nada para recordar, com efeito, deve ser isso. Situs inversus conseguido! Não há outra explicação. E resta que é mais difícil falhar um penalti do que marcá-lo.

Jogadores incompreensíveis como Purovic, que qualquer anedota de ginásio via que é um pneu Michelin desidratado, desarticulado e enferrujado levou quinze jogos para ver que é Pinóquio ainda no estaleiro. Logicamente. Mas quem contrata estes imberbes? Outra contratação incompreensível: o neandertal Ronnie. Que tem um tiro colossal, que isto que aquilo. Mas não dá uma para a caixa. Não se percebe porque era o marcador de todos os livres. Depois de ter falhado uns quinze ou mais - eram bombas, claro - mas sem sistema de direcção, não dava para perceber que não basta ter um pé explosivo e mais força nos abdutores da coxa que dois ou três jogadores juntos? É preciso jeito. E o menino neandertal não o tem, ou perdeu-o. A pastilha Ronnie não tirou a azia à equipe.

A ideia que a equipe é jovem e por isso está sempre em crise existencial, e vai-se abaixo à menor contrariedade já não dá. Depois, se o infantário tem tão pouca consistência anímica porque põe o infantário a jogar, então? Para fazer rodar jogadores? Parece-me que o Sporting deu-se a este luxo:
treina durante o campeonato. A equipe não percebeu a diferença entre o campeonato e os treinos, ao que parece. Este nível de desfasamento cognitivo é que explica que só de vez em quando acordam e percebem que não estão num treino porreirinho, pianinho lá em Alcochete ao lado dos flamingos. Aí até dão uma imagem que não jogam mal. Mas ficam logo aterrados, e cedo voltam às partidas mais xanax-masoch do campeonato.

Valha a verdade, um Benfica em estado esquizóide, um Porto medíocremente regular (rolo compressor, lhe chamou o Jaime Pacheco com justeza, mas não mais do que isso), e outros teams que deviam estar na Terceira Liga, deram um dos campeonaos mais chatos dos últimos anos.

2008-04-06

O QUE FAZER COM A ASCOLA


Drummond reports that the 21th century Lusitanian poet Drummond, in a light-hearted defense of his famed intemperance, declared, "No bridge can give pleasure for long, nor last, that is conceived by water drinkers."


Photo a picture of myself (Lord Drummond) drinking after my daily prayer
O Lord give us our daily Tequila

2008-04-03

FRASE DO DIA


Horace reports that the 5th century Athenian poet Cratinus, in a light-hearted defense of his famed intemperance, declared, "No verse can give pleasure for long, nor last, that is written by water drinkers."

P
hoto: a picture of myself drinking after my prayer O Lord give us our daily Tequila

TEMPOS DE TOTAL PENÚRIA ESTÉTICA

A Ponte Chelas-Barreiro que os cegos do LNEC acham !A! melhor e que os cegos do Governo também.

2008-04-02

ANTIDESCARTES 3

Felizmente ainda tenho a consciência em cima dos tomates

ANTI-DESCARTES 2

Devo ser das únicas pessoas do planeta português que não usa jeans e sobretudo que não pensa jeans


O ANTIDESCARTES

Não penso, Eu danço com as palavras


Nem existo, só a música vive


2008-04-01

PATAFÍSICA DOS PROFESSORES (Apontamentos do Grão Porkêra da Vazia)


Prolipomenos para a ASCOLA PORTUGA


Os professores são uns mamíferos inventados por alguns alunos que se aborreciam de não ter ninguém em quem dar paulada no caco

se há muito mais pãofessores e pãofessureiras do que pró fessores é por causa da conomia

E os fessores são uns senhores doutores sem senhor

o grão professor educa, o mini truca

O educossor é um professor que faz os trabalhos de casa dos pais dos alunos

o professor neste momento tem azia, é da geografia

Os professores são uns polícias anões?

Paradoxo professoral : na actual escola-manicómio os loucos estão todos lá fora

Há paraprofessores a mais e metaprofessores a menos!

Uma escola onde toda gente educa é uma ascola

de resto devia mudar-se o nome rapidamente para Ascola Portuga

quando se pede ao Governo que seja Pai este agradece e mete-se de Mãe

os direitos do Feto: para Quando?

As Ascolas abortam a inteligência e a criatividade

Andou na Ascola? ganda pintarola

O peido de um pedagogo vale o seu peso em gogo

Um pedante pedagogo pesa patifes. As piranhas pensativas proliferam

professor de saias, precisa-se

O professorómóvel substituiría três objectos inúteis e jurássicos : o professor, o aluno e o telemóvel

os alunos são todos alunados antes de aluar de vez

quer o cérebro em picado de mocrata, ou picado privado?

São muito mocratas os democratas, mas não se vê a demão